sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
"Fidel diz estar bem, mas pede que Cuba siga de forma independente"
O líder cubano Fidel Castro afirmou hoje que está bem de saúde, mas que os dirigentes do país devem continuar trabalhando independentemente de um eventual agravamento de sua situação, conforme escreve em um novo artigo na coluna "Reflexões".
"Eu estou bem, mas insisto, nenhum deles (os dirigentes do partido e do Estado) devem se sentir comprometidos com minhas eventuais 'Reflexões', com a gravidade de minha saúde ou com a minha morte", disse Fidel, em artigo publicado hoje no site "Cuba Debate".
No segundo artigo escrito em dois dias, após cinco semanas de silêncio, o ex-presidente disse que reduziu seus artigos para não interferir nem perturbar os companheiros do partido e do Estado nas decisões importantes que devem tomar.
"Reviso os discursos e materiais elaborados por mim ao longo de mais de meio século", explicou Fidel, em artigo em que fala do novo presidente americano, Barack Obama.
"Recebo informação e medito de forma sossegada sobre os eventos. Espero não desfrutar de tal privilégio dentro de quatro anos, quando o primeiro período presidencial de Obama tenha terminado", acrescentou Fidel, que habitualmente não fala de seu estado de saúde nem de sua morte em artigos.
Com relação ao novo presidente americano, Fidel disse que Obama "já afirmou confortavelmente que a prisão e as torturas na base ilegal de Guantánamo terminariam imediatamente"
Segundo o líder cubano, isso "começa a semear dúvidas aos que cultuam o terror como instrumento irrenunciável da política externa de seu país".
O ex-presidente elogiou Obama e disse que "ninguém pode duvidar da sinceridade de suas palavras quando afirma que transformará seu país em modelo de liberdade e respeito aos direitos humanos no mundo".
Para Fidel, Obama tem um "rosto inteligente e nobre" e "havia se transformado sob a inspiração de Abraham Lincoln e Martin Luther King, para se transformar em símbolo vivente do sonho americano".
Fidel ressaltou, porém, que Obama não passou ainda pelo principal teste, que é, segundo ele, o que fazer "quando o imenso poder que tem for absolutamente inútil para superar as insolúveis contradições antagônicas do sistema".
Fidel, de 82 anos, se reuniu na última quarta-feira com a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, no primeiro encontro com um chefe de Estado desde que em novembro recebesse o líder russo Dmitri Medvedev. EFE
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