domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Médicos paranaenses graduados em Cuba, dispõem-se a atender de graça no Paraná"



Formados em Cuba poderão atender gratuitamente população carente do Paraná.

Pelo menos 15 profissionais se formaram no país de Fidel Castro e agora não conseguem revalidar os diplomas para servirem ao Paraná

O Brasil conta com um sistema de saúde modelo por sua universalização e integralidade que deveria alcançar a todos os cidadãos gratuitamente em todos os níveis de atenção, desde a mais básica até o serviço mais complexo e especializado. Mas, na prática o que ocorre não é tão romântico assim, principalmente nos municípios do interior, onde é escassa a presença de médicos profissionais e o Paraná não está longe desta realidade. O pior é que há médicos querendo trabalhar, mas estão encontrando dificuldades para revalidar os diplomas, já que eles se formaram em Cuba, onde estão algumas das melhores universidades em Medicina do Planeta.
De acordo com estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde – OMS, no ano passado, cerca de 450 municípios no Brasil não contam com nenhum médico. Somente no Paraná, são 33 as cidades onde não se pode contar com a presença de nenhum profissional. Sensibilizados com esta realidade, um grupo de cerca de 15 médicos paranaenses formados em Cuba se dispõe a prestar serviços gratuitamente nos municípios do Paraná, onde não existem médicos. O objetivo do grupo é tentar amenizar os graves problemas de saúde que podem afetar uma população desassistida no seu direito mais básico, que é o de cuidar da saúde de seus filhos, mulheres e idosos. O país de Fidel Castro (Cuba)é conhecido como uma potência médica devido a seus indicadores de saúde que causam inveja a muitos países do primeiro mundo - Cuba tem uma mortalidade infantil de 5 óbitos para cada 1000 habitantes contra 7 mortes nos Estados Unidos e 28 do Brasil)
Segundo relata Adriano Carneiro, de Cruzeiro do Oeste, o trabalho nos municípios desassistidos poderia ser feito de várias formas: voluntariamente, onde os profissionais poderiam dedicar uma parte do seu tempo diário trabalhando gratuitamente ou através de brigadas médicas à disposição do Estado para atuarem em situações de emergência. “As inundações em santa Catarina são um exemplo. Também poderíamos atuar em programas de formação de especialistas em medicina de família e comunidade pelas universidades públicas voltados para o trabalho com comunidades carentes, como já vem sendo realizado em alguns estados como o do Ceará ”, afirma o médico formado em Cuba e ainda sem autorização para atuar no Brasil.
O que dificulta a atuação de alguns destes médicos é o processo de revalidação dos diplomas que aqui no Paraná apresenta uma série de problemas. A Universidade Estadual de Londrina, por exemplo, desde 2003 não abre inscrição para revalidação dos diplomas, assim como as universidades de Maringá e a Federal do Paraná.
O médico ressalta que o reconhecimento poderia ser feito já em um curto prazo, através de complementação curricular, por qualquer uma das universidades públicas do Estado. “Isso permitiria a imediata atenção à população por estes profissionais. O que está em jogo é a atenção em saúde dos cidadãos. É preciso sensibilidade de parte Das autoridades e das universidades públicas para que juntos possamos resolver este impasse. O grande vitorioso, com certeza, será a população dos 33 municípios do nosso Estado que não contam com sequer um profissional para zelar pelo seu bem estar”, enfatiza.
Tomado de: Umuarama Ilustrado 07/02/09

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